Correção do texto de Memórias Literárias OLP - 6.º Ano - Aula 35

Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Luiz Joaquim dos Santos
Professora: Luciene
Componente Curricular: Língua Portuguesa
Série: 6.º Ano         Turma: A e B         Turno: Manhã
Conteúdo: Oficina Textual de Memórias Literárias para as Olimpíadas de Língua Portuguesa (1)
Semana 18 – Aula 35 – DIA: 09 / 07 / 2021 – Sexta-feira

Oficina Textual de Memórias Literárias para as Olimpíadas de Língua Portuguesa

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Leia este texto de Memórias Literárias redigido a partir de uma entrevista, e depois responda às questões:

Da escuridão para o colorido

Aluna: Évelin Cristina Nascimento da Silva

            Tristeza! É o que sinto quando abro meus olhos e vejo a mais terrível escuridão, que não cessa. O único remédio é fechá-los e deixar-me levar pelas lembranças.
Lembro-me como se fosse ontem: bem cedinho, o sol não havia nem acordado ainda, eu já estava na estrada da minha cidade Santa Branca que nem asfaltada era, pura terra, com uma brochura e alguns lápis dentro de uma sacolinha de arroz – pois nossa vida era difícil e papai só ganhava o suficiente para não morrermos de fome e frio. Enquanto caminhava, a poeira batia em meus olhos e os fazia ficar cheios d’água.
            Eu ia cantarolando que nem um sabiá até chegar à escola Barão de Santa Branca, hoje bem conhecida na cidade e antigamente a única. Recordo-me de que lá havia um muro para meninos e meninas não ficarem misturados. Bobagem! Ai de nós se tentássemos olhar para elas... A régua cantava na palma de nossas mãos, parecia que os professores sentiam prazer em fazer isso, eram rígidos demais.
Assim que saíamos da escola, eu e meus amigos íamos nadar atrás da fábrica de trigo, que hoje não existe mais – nem a fábrica, nem as águas limpas. Depois íamos jogar bola atrás do mercado municipal, onde hoje é o posto de saúde. Ficávamos parecendo tatus, a terra grudava nas roupas e na pele molhada. Depois disso dávamos mais um pulo na cachoeira, pois se chegássemos assim em casa a vara de amora era o presente para nossas pernas.
            O mais engraçado era ver d. Dolores dirigindo. Se surgia uma nuvem de poeira, podíamos ter a certeza de que era ela com seu Chevrolet. Afinal, era a única mulher de Santa Branca que dirigia.
Não posso me esquecer dos cortejos: a cidade inteira seguindo um caixão, sem saber quem estava dentro. Havia uma banda que tocava para o defunto e ele tinha direito até a foto. Dá para acreditar nisso? Mamãe me dizia para não dar risadas nem ir ver o rosto do morto, principalmente se fosse gente ruim, senão ele poderia voltar para assombrar. O sino da delegacia tocava pontualmente às 21 horas para todos se recolherem, era uma época bem perigosa. De noite a cidade era iluminada por lampião de querosene – isso a deixava mais sombria.
            Foi minha melhor época, mas hoje sou velho, e a cegueira tomou conta dos meus olhos.
Tenho saudade do colorido que hoje só vejo em minha mente através das lembranças do passado. Escuridão é o que eu vejo, mas jamais sairá de mim a magia de recordar.

(Texto baseado na entrevista feita com o sr. Sarkis Ramos Alwan, 41 anos.)

QUESTÃO 1 – Qual o tipo de Narrador do texto?

A) ( X ) Narrador Personagem – aquele que participa e narra (conta) a história (1.ª pessoa “EU”).
B) ( ) Narrador Observador – aquele que não participa e apenas narra (conta) a história (3.ª pessoa “ELE ou ELA”).
C) ( ) Narrador Onisciente – aquele que não participa da história, mas sabe de tudo (ele conhece o passado, o presente e o futuro dos personagens, bem como seus pensamentos e sentimentos) e narra (conta) a história.


QUESTÃO 2 – A autoria do texto (a pessoa que escreveu) é da mesma pessoa sobre a qual se conta a história? Por quê?

Não. A autoria do texto é da aluna Évelin, mas ela conta a história do senhor Sarkis como se fosse ele narrando a própria história.


QUESTÃO 3 – Este texto pertence ao gênero:

A) ( ) Biografia 
B) ( ) Autobiografia 
C) ( ) Entrevista 
D) ( X ) Memórias Literárias


QUESTÃO 4 – O texto foi construído a partir de coleta de dados. Qual foi o recurso usado para isso?

Foi realizada uma entrevista com o senhor Sarkis pela aluna Évelin, a qual escreveu o texto de Memórias usando as respostas dadas na entrevista.


QUESTÃO 5 – De que fase da vida o narrador se lembra no texto?

O narrador (no caso, o senhor Sarkis) relembra a sua infância no texto escrito pela aluna Évelin.


QUESTÃO 6 – Na infância do narrador, há mais momentos felizes ou tristes?

Pelo que se pode perceber, na infância do narrador há mais momentos felizes que tristes.


QUESTÃO 7 – Qual a importância das lembranças para este entrevistado em especial?

A importância de suas lembranças é que através delas o narrador pode enxergar, uma vez que, na sua velhice, ficou cego e tem saudades do colorido que antes podia ver.


QUESTÃO 8 – Qual detalhe mais lhe chamou a atenção sobre o que foi contado?

RESPOSTA PESSOAL - SUGESTÃO:

Na minha opinião, alguns detalhes me chamaram a atenção: o fato de ele não ter dinheiro para comprar pelo menos uma mochila nem que seja a mais simples, na escola ter esta divisão entre meninas e meninos e as ruas serem iluminadas por lampião de querosene.


QUESTÃO 9 – Explique o título do texto: Da escuridão para o colorido.

O título "Da escuridão para o colorido" diz respeito à cegueira do narrador, que antes conseguia enxergar as cores e agora, por estar cego, apenas enxerga a escuridão.

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