AVALIAÇÃO PARA RECUPERAR TODO O 1.º BIMESTRE - 9.º ANO

EMEFEM LUIZ JOAQUIM DOS SANTOS
PROFESSOR(A): Luciene Castor Dantas Quintão
COMPONENTE CURRICULAR: Língua Portuguesa
Conteúdo: AVALIAÇÃO – 1.º BIMESTRE
SÉRIE: 9.º ANO – TURMA: A – TURNO: MANHÃ

ALUNO A): ______________________________________________

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AVALIAÇÃO – 1.º BIMESTRE – 9.º ANO – A – MANHÃ

AVALIAÇÃO PARA RECUPERAR TODO O 1.º BIMESTRE - 9.º ANO

TEXTO

UM APÓLOGO (Machado de Assis)

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
Deixe-me, senhora.
Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
Mas você é orgulhosa.
Decerto que sou.
Mas por quê?
É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu, e muito eu?
Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados... - Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás, obedecendo ao que eu faço e mando...
Também os batedores vão adiante do imperador.
Você é imperador?
Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana - para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima.
A linha não respondia nada; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plicplic plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte; continuou ainda nesse e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E quando compunha o vestido da bela dama, e puxava a um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha, para mofar da agulha, perguntou-lhe:
Ora agora, diga-me quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:
Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze Como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: -
Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

QUESTÕES

1 – Qual o tema discutido no texto? Assinale a alternativa (s) correta(s):
a) ( ) o orgulho
b) ( ) vaidade
c) ( ) humildade
d) ( ) prepotência

2 – No trecho “Porque lhe digo que está com um ar insuportável?” o pronome se refere:
a) ( ) à agulha;
b) ( ) à madame;
c) ( ) à linha;
d) ( ) à costureira.

3 – No trecho “Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.”, o sujeito dos verbos sublinhados classifica-se como:
a) ( ) simples;
b) ( ) oculto ou desinencial;
c) ( ) composto;
d) ( ) indeterminado.

4 – A conjunção grifada no trecho “Mas a verdade é que você faz um papel subalterno” estabelece relação de:
a) ( ) explicação;
b) ( ) conclusão;
c) ( ) oposição;
d) ( ) finalidade.

5 – Ainda sobre o trecho “Mas a verdade é que você faz um papel subalterno”, a conjunção sublinhada pode ser substituída sem perda do sentido original por:
a) ( ) porém;
b) ( ) então;
c) ( ) porque;
d) ( ) quando.

6 – A palavra “nisto” na expressão “Estavam nisto”, se refere:
a) ( ) aos vestidos;
b) ( ) ao baile;
c) ( ) à discussão;
d) ( ) à linha.

7 – Na frase “Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa.” a conjunção sublinhada estabelece a relação de:
a) ( ) finalidade;
b) ( ) tempo;
c) ( ) oposição;
d) ( ) causa.

8 – No trecho “quem é que os cose, senão eu?” a palavra sublinhada se refere:
a) ( ) aos vestidos e enfeites da baronesa;
b) ( ) à agulha;
c) ( ) ao novelo de linha;
d) ( ) ao imperador.

9 – Linha e agulha eram semelhantes porque:
a) ( ) Estava sempre se dando mal?
b) ( ) Ambas eram orgulhosas?
c) ( ) Ambas eram trabalhadoras?
d) ( ) Ambas eram vaidosas?

10 – Na frase “E quando compunha o vestido da bela dama”, o adjetivo é:
a) ( ) Quando
b) ( ) Vestido
c) ( ) Bela
d) ( ) Dama

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