Correção da Avaliação sobre Memórias Literárias - Respostas da 2.ª Nota do 2.º Bimestre - 6.º Ano - Aula 37

Escola Municipal de Ensino Fundamental e Médio Luiz Joaquim dos Santos
Professora: Luciene
Componente Curricular: Língua Portuguesa
Série: 6.º Ano         Turma: A e B         Turno: Manhã
Conteúdo: CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM (AVALIAÇÃO) – 2.ª NOTA DO 2.º BIM. – Oficina Textual de Memórias Literárias para as Olimpíadas de Língua Portuguesa (2)
Semana 19 – Aula 37 – DIA: 16 / 07 / 2021 – Sexta-feira

CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS DE VERIFICAÇÃO DA APRENDIZAGEM (AVALIAÇÃO) – 2.ª NOTA DO 2.º BIM. – Oficina Textual de Memórias Literárias para as Olimpíadas de Língua Portuguesa

EXERCÍCIOS DE APRENDIZAGEM DA APRENDIZAGEM

- Leia este texto de Memórias Literárias redigido a partir de uma entrevista, e depois responda às questões:

O tempo, o chiado e as flechas

Aluno: Jhonatan Oliveira Kempim

            Era no tempo das matas virgens. Os espigões de Espigão d’Oeste eram cobertos de cerejeiras, mognos, cedros, jatobás, ipês e de imensas castanheiras. Os rios e igarapés tinham vida e eram limpos. O sol nascia e se punha na maior paz. Ao dormir, podíamos ouvir o silêncio da noite que só era rompido pelos bramidos de macacos e de onças-pintadas. Morávamos em uma casa de madeira lascada de amburana. Ainda não existiam serrarias. O chão era de barro batido e o telhado, de folhas de buriti. Pelas frestas das paredes o vento nos visitava, deixando nossas noites sempre fresquinhas. Andava pelas matas ouvindo os sonoros cânticos dos pássaros. Olhava para o céu e via a moldura que envolvia a natureza.
            Por algum tempo tive a certeza de que aqui era o paraíso. Era um território indígena. Era o paraíso da tribo Suruí.
            Daquele tempo, do que minha mente não me escapa, foi a manhã do dia 17 de julho do ano de 1973. Fazia um calor insuportável. O sol ardia vermelho no céu, a fumaça ardia cinzenta em meus olhos e as fuligens desciam como se chovesse... Havia queimadas por todos os lados. Precisávamos de pasto. Queríamos o progresso. Na cozinha somente uma cuia, uma moringa, duas panelas de pedra e uma panela de pressão ornamentavam o ambiente junto do fogão a lenha.
            Nessa manhã, meu filho mais velho brincava no terreiro e eu, dentro de casa, preparava o almoço. Meu marido havia saído com outros homens para fazer derrubada. Ouvi o primeiro chiado da panela de pressão que cozinhava o feijão. Observei a sombra da bananeira para marcar o tempo do cozimento... Foi esse o tempo que jamais queria que tivesse existido... Foi esse o tempo que jamais me esqueci...
            Pela janela avistei Júlio César apanhando goiabas... A panela ainda chiava... Olhei mais uma vez para o quintal e Júlio César estava sentado a comer as frutas. Tudo era muito calmo... A panela ainda chiava... O tempo. O chiado. A flecha... Fiquei perplexa... A panela chiava... Júlio César não comia mais as goiabas, elas estavam espalhadas ao seu redor... A panela chiava... Fiquei surda e muda... Não ouvi mais chiados, não falei mais nada, não pensei mais em nada, não queria ver mais nada... O tempo parado. Eu surda. E meu grito:
            — Nãoooooooooo...
            O tempo me mostrou mais uma flecha, como a outra, certeira. Ela também veio fazer morada ao lado da anterior, na garganta do meu filho. Minhas trêmulas pernas me levaram ao encontro de algo que parecia mentira. Queria que tivesse sido apenas um sonho. Não foi sonho. Era tão real quanto a fuligem negra que cobria meu corpo; tão real quanto o vermelho do sol e dos meus olhos que agora ardiam não só pela fumaça, mas também pela dor; era tão real quanto o vermelho que passeava para fora do corpo de meu filho.
            O chiado trouxe as flechas das mãos de um assustado suruí inocente, que foi combater o estranho e acabou tirando a vida de Júlio César. Foi o chiado, estranho som que não fazia parte daquele paraíso habitado por inocentes índios, araras, macacos e onças-pintadas. O desconhecido assusta. O chiado assustou o índio. A flecha me assustou.
            Hoje me assusto ao olhar nossos espigões cobertos por pastos, abrigando uma ou outra castanheira e alguns ipês, sobreviventes árvores que resistiram às ações dos seus desconhecidos brancos. Imponentes árvores que assistem ao progresso das casas sem frestas para dar passagem ao vento, protegidas por grades e cercas elétricas. Imponentes árvores que assistem à falta d’água dos rios e dos igarapés. Imponentes árvores que encantam nossos olhos. Imponentes árvores que se fazem vivas para assistir ao maravilhoso espetáculo desse nosso céu rondoniense. Maravilhoso céu que presenciou o tempo, o chiado e as flechas. Maravilhoso céu que é meu cúmplice... Maravilhoso céu que divide comigo o sumiço da panela de pressão.

(Texto baseado na entrevista feita com a senhora Terezinha Von-Rondon Gonçalves.)
Professor: Alan Francisco Gonçalves Souza
Escola: E. M. E. F. Teobaldo Ferreira – Espigão d’Oeste (RO)

QUESTÃO 1 – Qual é o principal acontecimento que marcou a narradora? Por quê?
O principal acontecimento é a morte do filho da narradora, porque foi algo que ocorreu de forma inesperada.

QUESTÃO 2 – Que você sentiu ao ler a história? Justifique.
RESPOSTA PESSOAL – SUGESTÃO:
Eu senti muita tristeza e pena da narradora pelo falecimento do seu filho, pois, como mãe, pensei logo no meu filho.

QUESTÃO 3 – Que personagens aparecem na narrativa?
A mãe dona Terezinha, o filho Júlio César e o índio da tribo Suruí que atirou as flechas.

QUESTÃO 4 – Que parte da história chama mais sua atenção? Por quê?
RESPOSTA PESSOAL – SUGESTÃO:
A parte que mais me chamou atenção foi o índio ter se assustado com o chiado da panela de pressão e ter atirado inocentemente as flechas que atingiriam o menino Júlio César que comia goiabas no quintal de casa e terminou morrendo, porque senti muito pesar por esta fatalidade.

QUESTÃO 5 – Em que tempo acontece a narrativa?
A narrativa se passa na manhã do dia 17 de julho do ano de 1973.

QUESTÃO 6 – Em que espaço acontece a história, ou seja, em que lugar acontece a história?
A história acontece na mata da cidade de Espigão d’Oeste-RO.

QUESTÃO 7 – O texto apresenta o narrador personagem ou o narrador observador?
O texto apresenta um narrador personagem.

QUESTÃO 8 – Que expressões do texto demonstram que o narrador está se lembrando de algum fato?
Há várias expressões no texto que demostram que o narrador está se lembrando de algo. Vou citar esta, por exemplo:

“Era no tempo das matas virgens. Os espigões de Espigão d’Oeste eram cobertos de cerejeiras, mognos, cedros, jatobás, ipês e de imensas castanheiras. Os rios e igarapés tinham vida e eram limpos. O sol nascia e se punha na maior paz. Ao dormir, podíamos ouvir o silêncio da noite que só era rompido pelos bramidos de macacos e de onças-pintadas. Morávamos em uma casa de madeira lascada de amburana. Ainda não existiam serrarias. O chão era de barro batido e o telhado, de folhas de buriti. Pelas frestas das paredes o vento nos visitava, deixando nossas noites sempre fresquinhas. Andava pelas matas ouvindo os sonoros cânticos dos pássaros. Olhava para o céu e via a moldura que envolvia a natureza.”


QUESTÃO 9 – Que sentimentos são expressos durante o enredo?
No enredo, são expressos sentimentos de desespero, angústia, tristeza, saudade, susto etc.

QUESTÃO 10 – Hoje, que acontecimentos são registrados no lugar onde vive o narrador?
Os acontecimentos registrados são de “susto” pela passagem do tempo, casas protegidas por grades e cercas elétricas, terras cobertas por pastos e poucas árvores, ou seja, o território desenvolvido.

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